quinta-feira, 21 de junho de 2012

Primeiro post

"Se não existe a esperança de uma vida após a morte, a única chance de imortalidade reside na memória dos vivos."

 

     Primeira postagem depois da renovação que o blog passou, agora é só esperar para ver se (pelo menos desta vez) terei sucesso com esse site...

      E para comemorar aqui vai um  pequeno texto bem interessante (e que é bem real).

                 

            O Vício do dinheiro e a ditadura da buceta

      Assim como o açúcar, o sexo, o lexotan ou qualquer outro tipo de droga que causa uma certa dependência, a falta de dinheiro põe-nos numa situação em que não podemos concentrar-nos em nossos afazeres. O simples fato de escrever este texto é constantemente atrapalhado pelo pensamento que nos incomoda e que é a falta de dinheiro. Sem contar os vícios citados acima – açúcar, sexo, lexotan, etc., e que, na maioria das vezes, só podem ser executados com o combustível dinheiro. O dinheiro pode nos proporcionar conforto e condições de escrever– caso tu sejas uma pessoa com cultura suficiente para fazê-lo – mas na maioria dos casos, ele transforma o ser humano numa besta alienada, que quanto mais o tem, mais o buscará, tal como um vício.

     

     Mas caso desejes escrever e não tens dinheiro, a todo o instante a tua obra encontrará dificuldades – o mesmo não acontece com Maitê Proença e Luxemburgo em suas publicações cultíssimas. Encontrarás dificuldades semelhantes às do personagem de George Orwell no romance “Mantenha o Sistema”. Gordon Comstock , esse é o seu nome, tenta viver recluso, sem a contaminação do deus-dinheiro, mas encontra enormes dificuldades para continuar a escrever suas poesias. O deus-dinheiro não nos deixa respirar, se o tens, tu podes ser o que bem quiser - escritor, piloto de fórmula 1, ator de novela e assim vai – caso contrário, tens que se esforçar para tê-lo se desejas continuar vivendo. 

      

     As pessoas chegam a um ponto em que o consumo em si torna-se terapia. Uma terapia que consiste em afastar a sua infelicidade. O homem, que é viciado em dinheiro, completa sua vida com o consumo. O dinheiro, o consumo em si, não permite que tal viciado pense. Cito uma frase do Ilustríssimo Emil Cioran: “Todo homem é infeliz, quantos o sabem?” Todo homem é infeliz, e ele completa sua infelicidade com o consumo.

 

     Sinto raiva ao chegar perto de um ser vazio que só pensa em consumir, daquele ser que troca de celular como se troca de roupa ou de um outro que come arroz e feijão e ovo para pagar uma prestação de carro novo. Dá-me uma raiva ainda maior ainda aquela garota a qual tu convidas para sair e ela afirma que só sai com quem tem carro porque não é mulher que anda de ônibus - daí se explica o babaca que come arroz e feijão a semana toda para, no fim da mesma semana, poder comer uma boceta, como diz um amigo meu. Trata-se neste caso, da ditadura da boceta, um dos aspectos que fazem os homens se alienarem para o consumo.

 

     Para se consumir uma boceta e coisas do gênero, tens que ter um carro, tem que adquirir objetos, dos quais não necessitas, para impressionar a gata - daí se explica a multidão de idiotas que por aí se encontram. É a ditadura da boceta mesmo. Enfim, comprar e não ter espaço de tempo para pensar e criticar. Antes de encerrar, quero dizer algo às garotas para que não destruam o boletim inteiro após lerem este artigo. Não afirmo que 100% das garotas são assim - se salvam 0,01%. Estas temos que admirar, já que não são ditadoras, têm pena dos babacas e os salvam do consumismo suicida. O problema é encontrá-las.

Um comentário:

  1. é a realidade, dificil de aceitar...
    vc recomeçou bem esse blog, postagem do caraiii.

    ResponderExcluir